A Síndrome Dolorosa Complexa Regional (SDCR)é umarara condição, que ocorre normalmente apóstraumas e algumas cirurgias,e provoca dor desproporcional à causa. Costumava-se denominar -Distrofia simpático-reflexa -mas, uma vez que não descreviacorretamente tal condição, tal denominação foi abandonada há alguns anos.A dor ocorre principalmente nas extremidades dos membros, como mãos e cotovelosou nos pés e joelhos. Podeocorrer sensações estranhas ou diferentesno membro; sensaçãodecalor ou frio, aparênciade inchaçooucomcoloração diferente. A pele pode ficarmuito sensível e dolorosa ao toque, mesmo ao toque sútilque, obviamente, não causarianenhumadornormalmente.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de um processo de eliminação, mais que por determinaçãodetestes de identificação. Médicos e pesquisadores ainda estão chegando a um acordo sobre o que exatamente pode causá-la. Existem algumas teorias que, no entanto, podem vir a ser comprovadas.Uma delas é que algumas formas de inflamação começam no membro,após lesão ou cirurgia (como é o típico), mas por uma razão ou outra, a inflamação se espalha a partir dos tecidos afectadospara os nervos periféricos, que se tornam inflamados, causando uma grande neuralgia. Posteriormente, ocorrem mudanças na medula espinhal eno cérebro, que influenciam a forma como o sistema nervoso interpretaos sinais de dor,e tais estruturas podemamplificar o sinal de dor proveniente dos nervos periféricos. Este é um processo muito complexo que não é bem compreendido. O que sabemos é que quanto mais longo é o tempo que aSDCRpassa sem tratamento específicopara a condição,mais difícil é o tratamentoda doençae menos impressionantes serão os resultados do tratamento. Dessa forma, há uma pressão para que as pessoas sejam diagnosticadas precocemente e tratadas por médicos da família com condições, assimcomo por especialistas em dor, especialistas em reabilitação, neurologistas, etc., em conjunto com fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Mudanças nos Tratamentos
Os tratamentos têm mudado ao longo dos últimos 10 anos e, provavelmente, continuarãoa mudar, à medida que mais se aprende sobre a condição. Há algumas informações em concordânciaentre os médicos:
• Cada caso é diferente ea equipe de dor deve determinar o melhor curso de tratamento para cada indivíduo. Os tratamentos podem consistir em prescriçãodemedicação, injeções, procedimentos, ou uma combinação.
• Uma das característica da SDCRé que o cérebro tende a focarlonge do espaço no qualexiste o membro–essencialmente,ignorando o membro. No entanto,ao contráriodoque possa parecer, é melhor usar o membro afetado, mesmo que seja doloroso. As pessoas com SDCRdevemfazer um esforço combinadopara ficarematentaspara o uso do membro, indo contra o impulso natural do cérebro de dissociar o membro.
• O membro não está acometido e não precisa ficar em repouso para se “curar”. Não sedeveconfiar na sensação de dor como uma indicação da condição do membro. Reconhecerque o membro não está realmente acometidoé a chave parasuperar o estresse, ansiedade, medo, raiva e depressão, que muitas vezes acompanham a SDCR. Na verdade, asemoções negativasaumentama dor,considerando que ospensamentos positivos realmente amenizama dor. A terapia psicológica muitas vezes é receitada emconjunto coma fisioterapia, para ensinarhabilidades de enfrentamento e como substituirospensamentos negativos por pensamentos positivos.
• Certos comportamentos tendem a agravar os sintomas e tornar mais difícilo tratamento da SDCR. Pessoas com essacondição são fortemente aconselhadasa evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e cafeína, eaprivação de sono. Levaruma vida saudável melhora aschancesde um bom resultado.
• Para alguns pacientes,há a opção de tratamento com estimulação da medula espinhal,no qual dispositivo é implantado, como um marca-passo, estimulandoos nervos espinhais com uma leve corrente elétrica, substituindoa dor poruma sensação de formigamento. Em raros casos,em que os pacientes sofrem espasmos musculares por essa estimulação, pode-sereceber infusão de drogas por via intratecal,no qual a bomba implantada e um cateter passama medicação para tratamento da dor ou antiespasmódica(morfina ou baclofeno) diretamente para o fluido cerebrospinal. Geralmente, o especialista em dor saberáquem pode ou não ser um candidato para tal tratamento.
• Se a dorse espalha para outras áreas, trata-se quase sempre de dor muscular,que precisa ser tratada com uma abordagem de reabilitação. É muito raro a SDCR se espalharpara outras áreas e os pacientes não precisam temer isso. Oobjetivogeraldo tratamento da SDRC édiminuir a intensidade da dor e/ou espasmo.
O conhecimento pode ajudar
A SDCR pode ser uma doençaassustadorapara aqueles que vivenciampela primeira vez. Saber que você não está sozinho, queseu membro vai melhorar se você usá-lo o mais normalmente possível e que, em última análise,sua condição pode ser influenciada por meio da manutenção de um estilo de vida saudável, são todos os pontos cruciais para se lembrar. Quanto mais você aprende sobre a SDCR, maiscontrole você vai sentir sobre tal condição.
Atenção: Esta informação nãodeve ser usadacomo um substituto para o tratamentoe aconselhamentomédico. Sempre consulte um profissional de saúdesobre quaisquer questões ou preocupações relacionadas com a saúde.
Outras Leituras
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Fonte
Reflex Sympathetic Dystrophy Syndrome Association of Americahttp://www.rsds.orgArtigo original retirado do site da INS(International Neuromodulation Society -www.neuromodulation.com/therapies) e traduzido pela acadêmica de Medicina Ananda dos Santos Conde (ESCS-DF